A educação financeira é um tema cada vez mais relevante na sociedade atual, pois vivemos em um mundo complexo, dinâmico e cheio de oportunidades e desafios.
Saber lidar com o dinheiro de forma responsável e estratégica é uma habilidade essencial para quem quer ter uma vida mais tranquila, equilibrada e próspera.
No entanto, muitas pessoas ainda não têm acesso a uma educação financeira de qualidade, seja na escola, na família ou no trabalho.
Isso faz com que elas cometam erros comuns, como gastar mais do que ganham, não poupar nem investir, não planejar o futuro, não ter controle sobre as suas finanças e não saber aproveitar as oportunidades do mercado.
Por isso, neste artigo, vamos mostrar como a educação financeira pode mudar a sua vida para melhor, seja você um estudante, um trabalhador, um empreendedor ou um aposentado. Vamos começar?
O que é educação financeira?
Educação financeira é o processo de aprendizagem sobre os conceitos e as práticas relacionados ao dinheiro e às finanças.
Ela envolve tanto aspectos técnicos, como matemática, economia e contabilidade, quanto aspectos comportamentais, como hábitos, atitudes e valores.
O objetivo da educação financeira é desenvolver a capacidade de gerenciar o próprio dinheiro de forma eficiente e eficaz, buscando atingir os objetivos pessoais e profissionais.
Ela também visa promover a cidadania financeira, ou seja, a consciência dos direitos e deveres dos consumidores e dos investidores no mercado financeiro.
Para que serve a educação financeira?
A educação financeira serve para vários propósitos, tais como:
Melhorar a qualidade de vida: a educação financeira ajuda a reduzir o estresse causado pelas dívidas, a aumentar a autoestima e a confiança, a ter mais liberdade e autonomia para fazer escolhas e a realizar sonhos e projetos;
Prevenir problemas financeiros: a educação financeira ensina a evitar armadilhas como o endividamento excessivo, o superendividamento, o consumo compulsivo, o crédito fácil e caro e as fraudes e golpes;
Aproveitar oportunidades financeiras: a educação financeira orienta sobre as melhores formas de poupar e investir o dinheiro, considerando os riscos e os retornos esperados. Ela também estimula a busca por fontes de renda alternativas ou complementares;
Planejar o futuro financeiro: a educação financeira incentiva a pensar no longo prazo e a definir metas financeiras claras e realistas. Ela também auxilia na elaboração de um orçamento pessoal ou familiar que permita alcançar essas metas;
Contribuir para o desenvolvimento econômico e social: a educação financeira favorece o crescimento sustentável da economia, pois aumenta o nível de poupança e de investimento da população. Ela também promove a inclusão financeira e a redução das desigualdades sociais.
A educação financeira no Brasil
A educação financeira no Brasil ainda é um desafio, pois muitos brasileiros não têm acesso à informação e à orientação adequada sobre o assunto.
Segundo dados do Banco Mundial, apenas 35% dos adultos brasileiros são considerados alfabetizados financeiramente. Isso significa que eles conseguem responder corretamente questões básicas sobre juros simples, juros compostos, inflação e diversificação de risco.
Além disso, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2023, 78,3% das famílias brasileiras estavam endividadas, sendo que 22% delas estavam inadimplentes, ou seja, com contas ou dívidas em atraso.
Para reverter esse cenário, o Brasil conta com a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), que é um conjunto de ações coordenadas pelo governo federal, em parceria com entidades públicas e privadas, para promover a educação financeira da população. A ENEF tem como principais iniciativas:
Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF), que é um evento anual que oferece atividades gratuitas de educação financeira para diversos públicos e em diversos formatos;
Portal do Cidadão, que é um site que reúne conteúdos educativos sobre finanças pessoais, previdência, seguros, investimentos e consumo consciente;
Programa Nacional de Educação Financeira nas Escolas (PNEFE), que é um projeto que visa incluir a educação financeira no currículo escolar dos ensinos fundamental e médio;
Programa de Qualificação em Educação Financeira (PQEF), que é um programa que capacita profissionais da educação básica e superior para atuarem como multiplicadores da educação financeira.
Quais são os pilares da educação financeira?
A educação financeira se baseia em quatro pilares fundamentais, que são:
Economia
Economia é a ciência que estuda como as pessoas e as sociedades produzem, distribuem e consomem os bens e os serviços.
Ela nos ajuda a entender o funcionamento do mercado, as relações entre oferta e demanda, os fatores que influenciam os preços, as taxas de juros e a inflação, os ciclos econômicos e as políticas públicas.
A economia é importante para a educação financeira porque nos permite compreender o contexto em que estamos inseridos e como ele afeta as nossas finanças. Ela também nos ajuda a tomar decisões mais racionais e informadas sobre o nosso dinheiro.
Controle de gastos
Controle de gastos é a capacidade de administrar as despesas pessoais ou familiares de acordo com a renda disponível. Ele envolve o registro, a análise e a revisão dos gastos realizados, bem como a definição de prioridades e limites para cada categoria de despesa.
O controle de gastos é essencial para a educação financeira porque nos permite saber para onde vai o nosso dinheiro e como podemos otimizá-lo. Ele também nos ajuda a evitar o endividamento excessivo e a poupar mais.
Aplicações e investimentos
Aplicações e investimentos são formas de aplicar o dinheiro excedente com o objetivo de obter um retorno financeiro no futuro. Eles podem ser classificados em diferentes tipos, como renda fixa, renda variável, fundos de investimento, previdência privada etc.
As aplicações e os investimentos são fundamentais para a educação financeira porque nos permitem fazer o nosso dinheiro render mais e trabalhar para nós. Eles também nos ajudam a proteger o nosso patrimônio da inflação e a alcançar os nossos objetivos financeiros.
Planejamento
Planejamento é o processo de definir metas financeiras claras e realistas, bem como os meios para alcançá-las.
Ele envolve a elaboração de um orçamento pessoal ou familiar que considere as receitas, as despesas, as dívidas, as aplicações e os investimentos. Também envolve o acompanhamento periódico dos resultados obtidos e a realização dos ajustes necessários.
Esse planejamento é imprescindível para a educação financeira porque nos permite ter uma visão estratégica das nossas finanças e traçar um caminho para o sucesso. Ele também nos ajuda a manter o foco e a disciplina para cumprir as nossas metas.
Quais são os tipos de educação financeira?
Podemos dividir a educação financeira em três tipos principais: pessoal, familiar e empresarial. Veja mais detalhes sobre cada um abaixo.
Educação financeira pessoal
A educação financeira pessoal é aquela que se aplica à nossa vida individual. Ela envolve o conhecimento sobre os nossos ganhos e gastos, a elaboração de um planejamento financeiro, a definição de metas e prioridades, a criação de uma reserva de emergência, a escolha das melhores opções de investimento e a prevenção de riscos.
A educação financeira pessoal nos ajuda a ter mais autonomia e independência financeira, além de contribuir para o nosso bem-estar e felicidade.
Educação financeira familiar
A educação financeira familiar é aquela que se aplica à nossa vida em família.
Ela envolve o diálogo e a participação de todos os membros da família na gestão do dinheiro, a definição de um orçamento familiar, a distribuição das despesas e receitas, a poupança conjunta para projetos comuns, a educação financeira dos filhos e a proteção do patrimônio familiar.
A educação financeira familiar nos ajuda a ter mais harmonia e união no lar, além de favorecer o desenvolvimento econômico e social da família.
Educação financeira empresarial
A educação financeira empresarial é aquela que se aplica à nossa vida profissional, seja você MEI, profissional liberal ou trabalhador autônomo.
A educação financeira empresaial envolve o conhecimento sobre os aspectos financeiros do negócio, como fluxo de caixa, custos, receitas, lucro, capital de giro, investimentos, financiamentos, impostos etc.
Ela também envolve a elaboração de um planejamento estratégico, a análise de cenários, a tomada de decisões baseadas em dados e indicadores, a gestão de riscos e oportunidades e a busca por inovação e competitividade.
A educação financeira empresarial nos ajuda a ter mais sucesso e crescimento no mercado, além de gerar valor para os clientes, colaboradores, fornecedores, sócios e sociedade.
Qual a importância da educação financeira para o empresário?
É fundamental para o empresário que deseja ter um negócio sustentável e lucrativo.
Ela permite que o empresário tenha uma visão clara da situação financeira da empresa, identifique os pontos fortes e fracos, corrija os erros, aproveite as oportunidades e antecipe as ameaças.
Além disso, possibilita que o empresário faça escolhas mais inteligentes e assertivas sobre os investimentos que irá realizar na empresa, buscando otimizar os recursos disponíveis e maximizar os resultados.
A educação financeira também contribui para que o empresário tenha uma melhor relação com os seus stakeholders (partes interessadas), como clientes, colaboradores, fornecedores, sócios e governo.
Ela ajuda a estabelecer uma comunicação transparente e eficaz sobre as questões financeiras do negócio, gerando confiança e credibilidade.
Como estudar sobre educação financeira? Veja onde aprender
Existem diversas formas de estudar sobre educação financeira e se aprimorar no assunto. Veja algumas delas:
Cursos online: há vários cursos online gratuitos ou pagos que ensinam os conceitos e as práticas da educação financeira, tanto para a vida pessoal, familiar ou empresarial. Você pode escolher o curso que mais se adapta ao seu nível de conhecimento, ao seu tempo disponível e ao seu objetivo de aprendizagem;
Livros: há uma vasta literatura sobre educação financeira, que aborda desde os temas mais básicos até os mais avançados. Você pode ler livros de autores renomados na área, como Gustavo Cerbasi, Nathalia Arcuri, Robert Kiyosaki, entre outros;
Podcasts: há diversos podcasts que tratam de educação financeira, que oferecem dicas, entrevistas, histórias e reflexões sobre o assunto. Você pode ouvir podcasts como Me Poupe!, Nerdcast, PrimoCast, entre outros;
Blogs: há vários blogs que publicam conteúdos sobre educação financeira, que trazem informações, orientações, exemplos e ferramentas sobre o tema.
Canais no YouTube: há diversos canais no YouTube que produzem vídeos sobre educação financeira, que ensinam de forma didática e divertida os conceitos e as práticas do tema.
Quais as dicas para colocar a educação financeira em prática? Veja 14!
Agora que você já sabe o que é educação financeira e por que ela é importante, veja algumas dicas para colocá-la em prática na sua vida pessoal, familiar e empresarial:
1. Estude bastante
Estude bastante sobre educação financeira, buscando se informar e se atualizar sobre o assunto. Quanto mais você aprender sobre educação financeira, mais fácil será aplicá-la no seu dia a dia.
2. Elabore uma planilha
Elabore uma planilha para registrar todos os seus ganhos e gastos, seja na sua vida pessoal, familiar ou empresarial.
A planilha irá ajudá-lo a ter uma visão clara da sua situação financeira atual, identificar os seus padrões de consumo e detectar possíveis problemas ou oportunidades.
3. Faça pequenos sacrifícios
Faça pequenos sacrifícios para economizar dinheiro e reduzir as suas despesas. Você pode cortar gastos supérfluos ou desnecessários, negociar descontos ou melhores condições de pagamento, substituir produtos ou serviços mais caros por outros mais baratos ou gratuitos etc.
Lembre-se de que cada centavo economizado pode fazer a diferença no final do mês.
4. Crie o hábito de aplicar mensalmente
Crie o hábito de aplicar mensalmente uma parte dos seus ganhos em algum tipo de investimento. Você pode escolher o investimento que mais se adequa ao seu perfil de risco, ao seu prazo de retorno e ao seu objetivo financeiro.
O importante é não deixar o seu dinheiro parado na conta corrente ou na poupança, mas fazê-lo render juros e multiplicar o seu patrimônio.
5. Trace metas
Trace metas financeiras para a sua vida pessoal, familiar e empresarial. As metas devem ser claras, específicas, mensuráveis, alcançáveis e relevantes.
Elas devem representar os seus sonhos e desejos, como comprar um carro novo, fazer uma viagem internacional, abrir uma franquia etc. As metas devem ser divididas em curto, médio e longo prazo e devem ter um plano de ação para serem cumpridas.
6. Use a tecnologia a seu favor
Use a tecnologia a seu favor na hora de cuidar das suas finanças. Hoje em dia, existem diversos aplicativos, plataformas e ferramentas digitais que podem te ajudar a controlar o seu orçamento, comparar taxas, simular investimentos, transferir dinheiro, pagar contas e muito mais.
Aproveite esses recursos para facilitar a sua vida financeira e economizar tempo e dinheiro.
7. Economia
Economize sempre que possível. Além de cortar os gastos desnecessários, procure também aproveitar as oportunidades de pagar menos por produtos e serviços que você precisa ou deseja.
Pesquise preços, peça descontos, use cupons, aproveite promoções e faça compras à vista ou no cartão de crédito com cashback. Assim, você poderá gastar menos e poupar mais.
8. Controle de gastos
Controle os seus gastos com disciplina e responsabilidade. Evite gastar mais do que você ganha, pois isso pode te levar ao endividamento e ao desequilíbrio financeiro. Também evite gastar por impulso, sem planejamento ou sem necessidade.
Antes de comprar algo, pergunte-se se você realmente precisa daquilo, se cabe no seu orçamento e se vale a pena.
9. Aplicações e investimentos
Diversifique as suas aplicações e investimentos. Não coloque todo o seu dinheiro em um único tipo de investimento, pois isso pode aumentar o seu risco e diminuir o seu retorno.
Procure distribuir o seu dinheiro entre diferentes modalidades de investimento, como renda fixa, renda variável, fundos, imóveis e criptomoedas. Assim, você poderá reduzir as perdas e aumentar os ganhos.
10. Riscos e oportunidades
Avalie os riscos e as oportunidades de cada investimento que você fizer. Não invista em algo que você não conhece ou não entende, pois isso pode te trazer prejuízos.
Busque se informar sobre as características, os custos, os prazos, as rentabilidades e os riscos de cada opção de investimento. Também fique atento às oportunidades de mercado que podem surgir e que podem te trazer bons resultados.
11. Planejamento
Faça um planejamento financeiro adequado à sua realidade e aos seus objetivos. Não adianta seguir as dicas anteriores se você não tiver um plano bem definido para o seu dinheiro.
Você precisa saber quanto você ganha, quanto você gasta, quanto você poupa, quanto você investe e quanto você precisa para realizar os seus sonhos.
Com um planejamento bem feito, você poderá ter mais controle sobre as suas finanças e mais tranquilidade para o seu futuro.
12. Defina despesas prioritárias
Defina quais são as suas despesas prioritárias e pague-as primeiro. Essas são as despesas essenciais para a sua sobrevivência e bem-estar, como alimentação, moradia, saúde, educação e transporte.
Você deve reservar uma parte do seu orçamento para esses gastos e quitá-los assim que receber o seu salário ou renda. Assim, você evitará atrasos, multas e juros.
13. Tenha reserva financeira de emergência
Tenha uma reserva financeira de emergência para imprevistos. Essa é uma quantia de dinheiro que você deve guardar em um investimento seguro e de fácil acesso, como a poupança ou o Tesouro Selic.
O ideal é que essa reserva seja suficiente para cobrir pelo menos seis meses das suas despesas fixas. Assim, você poderá enfrentar situações inesperadas, como doenças, acidentes, demissões ou consertos, sem comprometer o seu orçamento.
14. Diversifique seus investimentos
Diversifique os seus investimentos entre diferentes prazos e objetivos. Você deve ter investimentos de curto prazo (até um ano), médio prazo (de um a cinco anos) e longo prazo (mais de cinco anos), de acordo com as suas metas financeiras.
Por exemplo: você pode ter um investimento de curto prazo para fazer uma viagem no final do ano, um investimento de médio prazo para comprar um carro novo daqui a três anos e um investimento de longo prazo para se aposentar com tranquilidade daqui a 20 anos.
Conclusão
Agora que você já sabe o que é educação financeira, entende que se trata de uma ferramenta poderosa para alcançar a estabilidade financeira, evitar dívidas e construir um futuro financeiramente seguro.
Portanto, dedique tempo para aprender e aplicar os princípios da educação financeira em sua vida pessoal, familiar e empresarial. Isso pode fazer uma diferença significativa em seu bem-estar financeiro a longo prazo.
FAQ: Perguntas frequentes sobre educação financeira
Ainda tem dúvidas sobre o que é educação financeira? Veja algumas perguntas frequentes sobre o assunto.
Como começar a ter educação financeira?
Quais são os benefícios da educação financeira?
Como educar financeiramente as crianças?